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Projetos de interiores ganham versatilidade com uso de drywall

Paredes com alturas superiores a seis metros, dutos para exaustão de fumaça e insuflamento de ar, elementos curvos com iluminação embutida, paredes de função acústica e para a sustentação de elementos pesados, tais como tevês de LCD ou obras de arte. Essas são algumas das múltiplas possibilidades oferecidas pelo sistema construtivo em gesso, também conhecido como drywall ou gesso acartonado.

Versátil, o drywall substitui com vantagens a alvenaria convencional em forros, revestimentos e paredes internas não estruturais e não sujeitas a intempéries.

Entre seus benefícios estão aqueles típicos dos sistemas industrializados, tais como dimensões precisas e baixos índices de desperdício. Além disso, oferece leveza, montagem limpa e rápida, facilidade de compatibilização com os sistemas elétrico, hidrossanitário, de ar condicionado e telefonia. “O drywall se presta a uma grande diversidade de aplicações, das mais simples às mais complexas, desde que previstas em projeto e executadas por mão-de-obra especializada”, ressalta Vanessa Sebenello, coordenadora de comunicação e marketing da Placo do Brasil.
 

A tecnologia nasceu há mais de um século nos Estados Unidos e está presente no Japão e na Europa há aproximadamente 80 anos. No Brasil, o sistema é utilizado desde a década de 1970, mas somente nos anos 1990 passou a ser mais difundido e a ganhar mercado. De acordo com dados da Associação Brasileira dos Fabricantes de Chapas para Drywall, de 1995 para 2007 o consumo nacional saltou de 1,7 milhão para 20 milhões de metros quadrados ao ano. Hoje, está na faixa de 0,08 metro quadrado por habitante ao ano - e praticamente metade desse total é consumida no estado de São Paulo. Para efeito de comparação, Japão e Estados Unidos utilizam a cada ano 4,40 e dez metros quadrados por habitante, respectivamente.
 

Essa diferença no consumo pode ser atribuída à cultura da construção artesanal que prevalece no país. Acostumado a paredes de alvenaria com 20 centímetros de espessura, o brasileiro ainda resiste à idéia de vedações internas mais leves e delgadas. “O preconceito diminuiu muito de uns tempos para cá, mas ainda há pessoas que acreditam que o material é frágil devido ao som oco das paredes”, explica Carlos Ramos Catarino, proprietário da Civiplan, instaladora que há 18 anos atua nesse mercado e é responsável pela aplicação do drywall no Shopping Cidade Jardim, onde se empregaram produtos da Lafarge. “Isso evidencia o desconhecimento do sistema. Uma parede de drywall com 95 milímetros de espessura tem o mesmo desempenho de uma parede de alvenaria com 140 milímetros”, exemplifica o engenheiro Marcus Vinicius Melilo, coordenador técnico da Knauf.
 

Outro aspecto que contribui para o preconceito decorre de experiências malsucedidas com mão-de-obra não especializada, que resultaram em edificações com patologias. “Nem todos que prestam esse serviço sabem fazê-lo corretamente e isso causa uma visão negativa do sistema. É importante trabalhar sempre com equipes qualificadas”, destaca Catarino. As três empresas fornecedoras das chapas no país (as multinacionais Knauf, Lafarge e Placo) oferecem cursos de treinamento de mão-de-obra em parceria com os distribuidores ou com instituições de ensino profissional, como o Senai.
 

Tipos de chapas
 

O sistema é constituído por placas produzidas industrialmente a partir dos componentes gesso, água e aditivos. Essa mistura fica entre duas lâminas de cartão, formando chapas com espessuras que podem variar de 6,5 a 18 milímetros, conforme o fabricante. As de 12,5 e de 15 milímetros são as mais empregadas no uso geral. A mais fina destina-se exclusivamente a aplicações curvas, com raios variando entre 30 e cem centímetros, e espessuras superiores resultam em isolamento acústico e resistência mecânica maiores.
 

É possível utilizar várias camadas de chapas de gesso em cada lado do perfil. Isso permite atender às exigências de projeto para assegurar resistência mecânica e isolamento acústico, ou para dar resistência e estabilidade a paredes com alturas a partir de quatro metros. O uso de lã mineral no vazio entre as chapas das paredes ou sobre o forro aumenta o isolamento termoacústico. A densidade da lã mineral depende do nível de isolamento necessário. Outra possibilidade é empregar as placas na alvenaria existente, o que permite ocultar fissuras ou a falta de prumo. “As chapas tanto podem ser coladas à superfície, por meio de massa própria para essa finalidade, como fixadas a montantes presos na parede, formando um revestimento estruturado”, explica Vanessa.
 

Existem vários tipos de chapas de gesso, mas três são os mais empregados e oferecidos pelas indústrias no Brasil. As do tipo standard (ST) são indicadas para uso geral em paredes, tetos e revestimentos. Com larguras de 600 e 1.200 milímetros e alturas de 1.800 a 3.600 milímetros, pesam entre seis e 14 quilos por metro quadrado, dependendo da espessura (9,5, 12,5 ou 15 milímetros). As resistentes à umidade (RU), que apresentam uma de suas faces na cor verde, contêm elementos hidrofugantes e são adequadas para uso em cozinhas, banheiros e áreas de serviço. O peso e as dimensões das RU são praticamente os mesmos das ST, exceto por estarem disponíveis apenas na largura de 1.200 milímetros.
 

O terceiro tipo compreende as placas resistentes ao fogo (RF), identificadas pela cor rosa. Elas contêm retardante a chamas em sua composição, têm baixa emissão de fumaça e apresentam reduzido coeficiente de condutividade térmica. São indicadas para saídas de emergência, rotas de fuga ou escadas enclausuradas. Disponível somente nas espessuras de 12,5 e 15 milímetros, formam paredes que resistem à ação do fogo por no mínimo uma hora, conforme a quantidade de chapas sobrepostas de cada lado do perfil, atendendo às exigências do Corpo de Bombeiros. Esse desempenho equivale ao dobro do obtido com o tipo ST. “Um ponto interessante é que a água corresponde a 20% da composição das chapas.

Em caso de incêndio, essa água retarda o aquecimento da estrutura, funcionando como proteção passiva para os perfis metálicos”, informa Melilo. As chapas RF podem ser encontradas com 1.200 milímetros de largura, comprimentos de até 3.600 milímetros e peso entre oito e 14 quilos por metro quadrado.
Conforme as necessidades de cada projeto, as chapas são parafusadas unitariamente ou em camadas a cada 40 ou 60 centímetros a uma estrutura metálica leve, composta por perfis de aço com espessura mínima de 0,50 milímetro e acabamento zincado - o revestimento em zinco deve ser de 275 gramas por metro quadrado. É importante ressaltar que os perfis de aço com essa espessura devem ser usados exclusivamente em drywall e jamais podem ser empregados com finalidade estrutural em outros sistemas.
Peças complementares

 

Existem perfis de diferentes larguras. Os montantes (perfis usados verticalmente) mais estreitos, com 48 milímetros de largura, são geralmente usados na elaboração de divisórias simples. Há ainda as opções de 50, 70, 75, 90 e cem milímetros, cuja escolha depende das especificações do projeto. As guias (perfis usados horizontalmente, no piso) devem ter a mesma largura dos montantes, de modo a garantir o encaixe perfeito. No caso de paredes que separam ambientes secos de áreas molhadas, convém fixar as guias sobre uma camada de mástique para evitar a passagem de água para o outro lado.
 

A fabricação das chapas de gesso é regida pelas NBRs 14.715:2001, 14.716:2001 e 14.717:2001, da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). Para a fabricação dos perfis, está em vigor a NBR 15.217:2005. “Ainda faltam as normas para a instalação das chapas, mas elas já estão em elaboração”, detalha Melilo.
 

Além desses itens, o sistema possui várias peças complementares, tais como cantoneiras de reforço para forro e parede, rodateto, rodapé, tirantes, presilhas, clips, junções em H ou I e montantes especiais para a fixação de batentes. Há também parafusos, buchas e massas específicas para o tratamento das juntas.
 

Para fixar os perfis metálicos nos elementos construtivos é recomendado o uso de buchas plásticas e parafusos com diâmetro mínimo de seis milímetros ou rebites metálicos de quatro milímetros de diâmetro. Também é possível usar pistolas chumbadoras do tipo parabolt próprias para esse fim. Há vários tipos de parafusos adequados para a fixação dos perfis metálicos entre si e também para a instalação das chapas nos perfis, de acordo com suas espessuras. Por isso é importante observar sempre as recomendações do fabricante.
 

O uso de buchas basculantes plásticas ou metálicas é recomendado para a fixação de elementos nas chapas, tais como quadros ou extintores; para cargas menores, como placas de sinalização, utiliza-se a ancoragem autoperfurante para drywall, peça semelhante a uma bucha com rosca no lado externo.
 

As chapas podem apresentar bordas quadradas (adequadas para forros removíveis e divisórias) ou rebaixadas (ideais para o tratamento de juntas). Para garantir acabamento perfeito e superfícies sem trincas, as massas de rejunte e colagem e as fitas usadas no tratamento das juntas devem ser específicas para sistemas de drywall. De acordo com os fabricantes, nunca se devem usar alternativas improvisadas, como gesso em pó, massa corrida ou fita telada. No caso de chapas que receberão acabamento em pintura, as superfícies devem ser previamente tratadas com fundo preparador para gesso.
 

Exemplos de aplicação
 

A Fundação Iberê Camargo, em Porto Alegre, é um exemplo das múltiplas possibilidades oferecidas pelo sistema drywall. A obra, erguida em concreto branco e de contornos arredondados, tem suas faces internas revestidas por chapas da Knauf. Foram usadas as do tipo RU no estacionamento e nos banheiros; as RF aparecem nas escadas e as ST nas demais áreas. Além disso, foi utilizado o forro Cleneo. Feito com chapas de 12,5 milímetros de espessura, ele é perfurado e tem véu de absorção acústica na face superior, proporcionando, ao mesmo tempo, a filtragem e a purificação do ar em ambientes fechados. “A fórmula usada nesse forro emprega o zeolito, um catalisador de odores que age ininterruptamente e não satura, exceto em ambientes onde haja metais pesados em suspensão”, ressalta Melilo.
 

Na sede da fundação, o revestimento das rampas e os painéis que sustentam as obras de arte não tocam o piso nem o teto, parecendo flutuar no espaço. “Para conseguir esse efeito, as chapas foram usadas como revestimento estruturado. Os perfis estão fixados na parede por detrás”, revela Melilo. Para suportar o peso das obras expostas, foram utilizadas travessas horizontais de reforço e a cada 40 centímetros aparecem montantes em U, desenho que torna a peça mais rígida.

Esses perfis foram encaixados dois a dois, de modo a formar tubos de seção retangular que atuam como montantes duplos. Por fim, foram empregadas buchas próprias para a sustentação da carga prevista.
 

Vários outros exemplos de uso do drywall podem ser vistos no showroom da Placo, recém-inaugurado no Rio de Janeiro. O espaço tem ambientes como o home theater, totalmente executados com chapas de gesso. Placas de forro Rigitone aparecem nas paredes, contribuindo para a acústica do ambiente e dando efeito decorativo. Um nicho foi especialmente projetado para acomodar um aparelho de televisão de LCD, que, dependendo da marca e do modelo, pesa mais de 20 quilos. “A tevê pode ficar pendurada na parede ou apoiada na prateleira porque foram previstos reforços fixados nos montantes já nos lugares certos”, observa Vanessa. O reforço pode ser feito com aço ou mesmo com madeira, solução que aparece na fixação de armários e gabinetes de pia no showroom.
 

Para reforçar a versatilidade do sistema, a área central do espaço mostra uma cascata, com água correndo entre a parede frontal de pedra e o fundo em chapas de gesso. Além disso, o showroom apresenta várias aplicações, como iluminação embutida, paredes baixas de gesso ornadas com tijolos de vidro e superfícies curvas dando acabamento a planos retos. “Os montantes são instalados com distanciamentos diferentes em relação à parede de fundo a fim de formar um arco. Depois as chapas são fixadas, criando as curvas suaves”, revela Vanessa. “Outra solução é calandrar o perfil”, completa Catarino. Nesses casos, são empregadas chapas mais finas e a espessura ideal depende do raio de curvatura desejado. O showroom mostra também recursos como portas de correr embutidas ou forros atirantados, que permitem pendurar lustres e outros objetos com total segurança.
 

Em São Paulo, o recém-inaugurado Shopping Cidade Jardim apresenta diversas soluções elaboradas com o sistema de chapas de gesso da Lafarge. Entre elas estão paredes com mais de 6,5 metros de altura, que empregam montantes duplos. “A altura da parede influencia a montagem. Quanto mais alta, mais larga deve ser. Acima de 3,5 metros, o montante deve estar a cada 40 centímetros e, em alturas menores, a distância entre eles é de 60 centímetros”, explica Catarino. Para dar estabilidade ao conjunto, também foram utilizados reforços horizontais a três metros de altura, feitos com tubos de 8 x 8 centímetros para formar uma alma dentro dos montantes de nove centímetros. “Depois é feita a amarração dos painéis, com juntas desencontradas”, ele acrescenta. No centro de compras também foram usadas as chapas do tipo RF na parede que separa o mall do estacionamento e nos dutos de exaustão de fumaça e de insuflamento de ar, feitos com placas de 1,5 centímetro de espessura. “O próprio drywall forma os dutos, não é preciso usar nenhum outro material. 

O tratamento das juntas deve empregar massas e fitas específicas para drywall. Esse cuidado garante acabamentos sem trincas

Caixa para instalações elétricas própria para uso em drywall.
O acessório permite acrescentar tomadas e interruptores em ambientes prontos

Os perfis são perfurados para permitir a passagem das tubulações

Detalhe do sistema drywall usado como revestimento estruturado

Fundação Iberê Camargo, em Porto Alegre. Todas as superfícies internas são revestidas por drywall

Fundação Iberê Camargo

Obras de arte sustentadas por chapas de gesso. Estas foram fixadas às paredes de concreto por meio de perfis metálicos e parecem flutuar

No showroom da Placo no Rio de Janeiro, o nicho para tevê de LCD mostra uma das possibilidades do drywall

O Shopping Cidade Jardim, em São Paulo, adotou diversas soluções em drywall

Forros, sancas e detalhes do centro de compras também foram feitos no sistema de construção com gess

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